sábado, 12 de abril de 2014

HOSANA, HOSANA E VIVA! (Meditação para o Domingo de Ramos)


De Betânia a Jerusalém... O rei se aproxima: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
Comtemplemos o nosso Rei que entra em Jerusalém, mas para a nossa surpresa vem desprovido de toda humana realeza. Onde estão as pompas? E o carro real? E os seu guardas?
Ele vem montado num jumento e não traz consigo coroa alguma, mas é rei. Ele mesmo atestou isso, quando interrogado por Pilatos: “Tu és o rei dos Judeus?” (Jo 18, 35). Jesus o respondeu: “Tu o dizes, eu sou rei.” (Jo 18, 37a). Mas antes deixou claro: “O meu reino não é deste mundo.” (Jo 18, 36). Aqui entendemos o verdadeiro sentido da realeza de Jesus. Ela é diferente daquela dos homens, e não está fundamentada numa exagerada busca de poder e riquezas, mas sim no testemunho da verdade: “Para isso nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade.” (Jo 18, 37b). E nós, temos jesus como rei e pertencemos ao seu reinado? Saberemos na medida em que o escutamos: “Quem é da verdade escuta a minha voz.” (Jo 18, 37c). Acolher Jesus como rei é permitir que Ele entre na nossa “Jerusalém interior”, que Ele ande entre as casas e nas estradas de nossa cidade, àquela mesma que está situada em nosso coração. É nesta “Jerusalém” que a Verdade quer reinar! Permitamo-la!
Que não venha a acontecer conosco o que outrora aconteceu com aqueles que acolheram Jesus com festa e, depois, o desprezaram levando-o para ser condenado.
Acolhamos Jesus! Que Ele venha a nós e nos revele o seu reino de verdade e amor. Acorramos ao seu encontro! Para isto, “em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu valor, prostremo-nos aos pés de Cristo. Revestidos de sua graça, ou melhor, revestidos dele próprio [...], prostremo-nos a seus pés com mantos estendidos. [...] Agitando nossos ramos espirituais, o aclamemos todos os dias...” (Santo André de Creta, Séc. VIII).
É este o convite para cada um de nós cristãos, que tendo percorrido o caminho do deserto, chegamos a este tempo de graça, que tão sabiamente chamamos de Semana Santa e que nos faz mergulhar no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Façamos com Cristo o mesmo percurso, para que também com Ele ressuscitemos de tudo aquilo que ainda em nós não é sinal da vida que Ele nos concedeu.

Dannilo Luiz Rocha Lira
Noviço dos Religiosos da S. Face

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